Às vezes chegam cartas…

…outras vezes chegam convites das mais diversas origens. Uns que nos maçam, outros nem tanto. Coisas…
Mas no meio da ventania postal, em certos dias vêm até nós flores e pérolas, rastos de beleza que nos tornam o momento algo que nos eleva e nos consola. E o dia fica melhor.
Desta vez foi da Galeria São Mamede (o mesmo nome da serra que vejo quotidianamente ali ao cimo, por detrás do aprazível lugar do Reguengo) ali no Porto, que me chegou a notícia de que dia 12 (exacto, depois de amanhã) abrirá a partir das sete da tarde uma Exposição de Julio/Saúl Dias para celebrar o primeiro centenário do grande pintor e poeta.
E esta expressão não está aqui por formalismo…literato. Nem, evidentemente, podia estar - uma vez que sem favor (basta olhar, basta ler) se trata dum dos melhores e mais serenamente talentosos artistas da nossa contemporaneidade. Do nosso tempo vivo.
Júlio esteve - tal como enquanto Poeta – antes do tempo oportuno no lugar onde as coisas aconteciam para valer. Por vezes discretamente e por isso é que ali em cima falei em serenidade. E por isso é que tantos talentarrões distraídos se esquecem da sua poesia, da sua pintura, para epigrafarem vozes que vão enrouquecendo cada vez mais, pese ao quase heróico tentame com que os exaltam para que permaneçam no vão-de-escada das estantes nacionais.
Mas, como dizia Pierre de Boisdeffre, “a morte não tem poder contra uma obra”.
Primeiro centenário. Outros virão…

Nicolau Saião

(Ruy Ventura subscreve e envia daqui um grande abraço ao Engº Reis Pereira, grande defensor da obra de seu pai, Julio-Saúl Dias, e de seu tio, José Régio.)

2 comentários:

Anónimo disse...

Se eu pudesse dizia a toda a gente para ir ver. Eu vou de certeza, fica perto da minha casa. A galeria é também de qualidade.

Ruy Ventura disse...

O "clube de escrita" sou eu com face de professor... Abraço e bom fim de semana!