ANO NOVO
O ano novo é um corpo velho a que vestiram camisola lavada sem, contudo, lhe darem banho. Se não nos aproximarmos muito, ainda mete vista. Mas, se nos chegarmos, veremos a mesma sujidade de sempre e sentiremos no nariz o mau cheiro habitual.
Por isto, ligo tão pouco aos festejos desta época. Podem ter extroversão e alegria (se se pode chamar "alegria" às bebedeiras, à gritaria e ao foguetório para o povo ver), mas mostram sempre muito pouca felicidade.
Faço o jeito à família, para não me tornar antipático. Mas no fundo estes dias servem-me tão só para agradecer o que recebi no ano defunto e para colocar pilha nova na Esperança, sem a qual ninguém consegue viver e apenas existe.
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