ATLAS





nem one nem um nem eins nas mãos
nem two nem dois nem zwei nos pés
nem three nem três nem drei nos pés
nem four nem quatro nem vier nos pés
nem five nem cinco nem fünf nos pés
nem six nem seis nem sechs nos pés
nem seven nem sete nem sieben nos pés
nem eight nem oito nem acht nos pés
nem nine nem nove nem neun nos pés
nem ten nem dez nem zehn nos pés
cem eleven cem onze cem elf mil mãos cem mil pés



São Poema

Ão Poema na cabeça
Ão Poema nas costas

Ão Poema nas
Pernas nos
Pés

Ão Poema no meio ao peito
Ão Poema nas mãos aos cãos

ãosãosãosãosãos

Sãonão Poemas os rastos
Sãoão Poemas onde eu

Cê ande



Menino Jesus É Rei

Alvez eu screva um oema epois do atal
E alvez eu screva um oema epois da assagem
E ode ser que o oema ale de uzes e ão de rzes
E do eregrino que asceu na strebaria e ndou
Luminado elo undo de elém e epois

Orreu na ruz ara alvar os omens Alvez
Eu screva um oema que ale de az Alvez
A az eja um írculo de strelas adentes
Aindo ozinhas ao éu huviscam a oite
Que é iva e ediviva de aga-umes

Leluia, enino esus é ei-
É ei, É ei, Ér Rei.


Arco-
íris


O Cavalo não é olavac
O Pássaro não é orassáp
E

O Menino não é oninem
Mas o menino é um olavac
E quando vira cavalo

V
ira arassáp


Foice

Foi Foiçar e Foiçou os pés e os pés
Ficaram Foiçados sem os dedos foi Foiçar
Os dedos entre abóboras e a abóbada Foiçou
A vista foi Foiçar a vista nas pálpebras no meio
Às retinas As íris é que Foiçaram as estrelas imagin
Árias foi Foiçar o imaginário e o imaginário é que
Foiçou a constelação de pensamentos foi Foiçar
Os pensamentos e os pensamentos é que Foiçaram
Os cabelos foi Foiçar os cabelos e os cabelos é que
Foiçaram a cabeça foi Foiçar

A cabeça e a cabeça Foiçou o Céu
E o Céu O cerebelo.


Poema Branco

Ão assim, assim não.
Ão, sim, assim não. N
ão, sim.

Assim você é. Perfeito.
E você tem que ser é. Puro,
Sendo Im-
Puro.

Ão assim, assim não.
Ão, sim, assim não. N
ão, sim.

Assim você é. Perfeito.
E você tem que ser é. Puro,
Sendo Im-
Puro.

Ão assim, assim não.
Ão, sim, assim não. N
ão, sim.


olhos

Ol
Hei os meus yeux e v e v
I os meus ojos e não os I os yeux
Olhos meus ojos olhos

Ol
Hei os meus yeux e v e v
I os meus ojos e não os I os yeux
Olhos meus ojos olhos

Ol
Hei os meus yeux e v e v
I os meus ojos e não os I os yeux
Olhos meus ojos olhos


laje

e depois de bater a laje vem esse temporal
e depois desse temporal vem os pés sobre a laje
sobre a laje os olhos a verter águas de arco-íris
e cristalino sobre a laje
as íris as membranas as retinas as imagens
os olhos de lince para o lince olhar a laje
os estragos da chuva na laje
e depois a laje pisada e vista
a laje meio a meio e virgem a laje
a laje para o cume
o cume da laje para o meu pássaro rouxinol
sim a casa para a chuva a constelação de sóis e luas e estrelas

a colheita de canários
e o plantio das palmas e plantas

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma delícia estes poemas, caro Wilmar.

Convirá dizer que tive a sorte de o ouvir de viva voz e em directo na sessão da Bienal - acompanhado doutro excelente poeta, o nosso Fernando Aguiar - e não digo mais nada...Ou antes, digo - foram uns minutos inesquecíveis e não exagero.

O abraço, até à vista

ns