Que grande luz estarmos
vendo os troncos amar a ventania
e o inverno a ensombrecer o espaço
por onde se ilumina
a minúcia monacal dos ramos
nos diáfanos vidros da melancolia.
Que grande luz. Tudo é claro
porque quanto nos habita
é campo livre. Ou é campo
como o perímetro a recuar a fímbria
de ouro ou de obstáculo
que pudesse subsistir ainda.
Mas, sobretudo, que grande luz amarmos
tão fundo o espaço da melancolia.

FERNANDO ECHEVARRÍA
"Poesia, 1980-1984", Afrontamento

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