DiVersos 14

Saiu o número 14 da DiVersos, revista de poesia e de tradução. Lançado na passada quinta-feira na Livraria Italiana (Rua do Salitre, Lisboa), com intervenções do coordenador (José Carlos Marques), de Gonçalo M. Tavares e dos poetas Francesca Tini Brunozzi e Tiziano Fratus. Inteligente e oportuna a apresentação do autor de Investigações. Novalis - com penetração pelos domínios da relação entre a poesia e a violência, com relevo dado à capacidade purificadora da poesia, que não teme agarrar em palavras "sujas" ou "porcas" para lhes dar novo brilho num texto transfigurador.
A presente edição destaca quatro poetas italianos da nova geração, integrados no grupo Torino Poesia: para além dos presentes na sessão de divulgação, Valentina Diana e um muitíssimo interessante Luca Ragagnin. Para além deles, temos traduções de autores estrangeiros (Alain Grandbois, Alfredo Pérez Alencart, Antonio Colinas, Gonzalo Navaza, Robert Penn Warren e Vera Pavlova) e originais de alguns portugueses (Amadeu Baptista, Francisco Vinhas, Jorge Vilhena Mesquita, Maria Azenha, Norberto do Vale Cardoso e Sónia Oliveira).
De Renato Suttana, poeta brasileiro nascido em 1966, a revista oferece-nos uma belíssima série de sonetos intitulada "Frutos". A ela pertence o texto que aqui divulgamos:

II

Maçãs: não vos cantei como devia,
quando, lento de espera e pensamento,
me dispersei entre os sinais do dia,
a procurar um rastro no amplo vento.

Não me aqueci ao sol que em vós havia,
nem de ser vosso espelho tive o intento,
bastando-me a penumbra da porfia
e o jogo sem sentido do momento.

Indiferente ao que de vós o imenso
incêndio do verão testemunhava,
sobre o meu olho pávido suspenso,

busquei na sombra a sombra em que se dava
a comédia imprecisa do que penso,
onde o meu sonho em neutro se inflamava.

8 comentários:

Anónimo disse...

A deficiência de base, por parte dos puetas neo-naturalistas purtogueses e que se limitam a ser isso, está nisto: é que os reais poetas fazem poemas limpos mesmo com palavras sujas; e eles, mesmo com palavras limpas fazem puemas sujos.
A sujeira não está nas palavras eventualmente porcas que usem, mas no conceptual que lhes é íntrínseco e que segundo alguns críticos atentos é de facto imundo porque provém da arbitrariedade dos seus versinhos pretensamente realistas mas de facto pedantes.

Leandro Romão Tenório

Anónimo disse...

Assino em baixo!
RV

Anónimo disse...

Ventura gosta muito de fruta. Haja alguém que lhe dê uma grande carga de fruta.

Zé do Pomar

Anónimo disse...

Tu é que precisavas se calhar de levar com uma banana ou um ananás no lugar próprio. Mas decerto é de mais dar-te frutos apetitosos, deves é merecer um feixe de palha. Em vez de Zé do Pomar possivelmente és Zé da estrebaria ou Manel da taberna.

Nunes Claro

Anónimo disse...

Este cara Zé do Pomar mostra que sua cabeça deve estar é a nível de abóbora. Ou de joão-de-barro (pássaro come-minhoca).

W.A.

Anónimo disse...

O comentário do Zé do Pomar surge precisamente no momento em que resolveu dizer umas quantas verdades sobre Portalegre e quantos a minam com a sua corrupção. Será coincidência? Não me parece.

Anónimo disse...

Acrescento: "em que Ruy Ventura resolveu dizer"

Anónimo disse...

Não é preciso ser águia para perceber quem é o Zé do Pomar. Nos últimos tempos tem andado nos 15 minutos de fama por lamber as botas aos "maiorais".
Parece um mosqueteiro, mas é sim uma caricatura.
Vende gato por "lebre"?
É sabido que faz ataques pessoais a quem não liga às pachachadas dele.

AMANDIO