José do Carmo Francisco
Procissão dos Passos
de Abel Varzim
O Padre Abel Varzim (1902-1964) foi uma das figuras mais importantes do catolicismo português do século XX. Com um doutoramento em Lovaina na área das Ciências Politico-Sociais, foi o grande impulsionador da LOC (Liga Operária Católica), dirigiu o jornal O Trabalhador e foi professor do Instituto de Serviço Social.
Faz agora 50 anos que o Padre Abel Varzim saiu da paróquia da Encarnação para onde tinha sido nomeado em 1951. Este livro corresponde às suas memórias atribuladas desse tempo pois foi já com 48 anos que o Padre Abel Varzim se viu confrontado com uma situação nova na sua vida sacerdotal. Vejamos algumas palavras: «Não foi difícil nem sequer demorado descobrir que, na área da paróquia, se acoitavam dezenas e dezenas de lupanares. O Governo Civil, a meu pedido, forneceu-me a lista completa deles, com a respectiva localização. Num mapa da freguesia marquei então cada uma dessas casas, para ter, diante dos meus olhos, a triste e detestável realidade. Não supunha, porém, a enorme chaga tão extensa nem tão profunda. Depressa verifiquei que a prostituição se entranhava no Bairro Alto como se fosse a medula dos seus ossos. Autêntico e temível cancro a invadir tudo e tudo corromper, que poderia construir de útil, sem atacar a raiz do mal? Depressa observei que muita gente da paróquia, incluindo frequentadores da igreja, vivia da prostituição, alugando quartos às prostitutas, tratando-lhes das roupas, cuidando-lhes dos filhos, acoitando mancebias, facilitando adultérios, encobrindo ligações precoces. Desde que lhes pagassem, tudo lhes parecia permitido.»
O Padre Abel Varzim (1902-1964) foi uma das figuras mais importantes do catolicismo português do século XX. Com um doutoramento em Lovaina na área das Ciências Politico-Sociais, foi o grande impulsionador da LOC (Liga Operária Católica), dirigiu o jornal O Trabalhador e foi professor do Instituto de Serviço Social.
Faz agora 50 anos que o Padre Abel Varzim saiu da paróquia da Encarnação para onde tinha sido nomeado em 1951. Este livro corresponde às suas memórias atribuladas desse tempo pois foi já com 48 anos que o Padre Abel Varzim se viu confrontado com uma situação nova na sua vida sacerdotal. Vejamos algumas palavras: «Não foi difícil nem sequer demorado descobrir que, na área da paróquia, se acoitavam dezenas e dezenas de lupanares. O Governo Civil, a meu pedido, forneceu-me a lista completa deles, com a respectiva localização. Num mapa da freguesia marquei então cada uma dessas casas, para ter, diante dos meus olhos, a triste e detestável realidade. Não supunha, porém, a enorme chaga tão extensa nem tão profunda. Depressa verifiquei que a prostituição se entranhava no Bairro Alto como se fosse a medula dos seus ossos. Autêntico e temível cancro a invadir tudo e tudo corromper, que poderia construir de útil, sem atacar a raiz do mal? Depressa observei que muita gente da paróquia, incluindo frequentadores da igreja, vivia da prostituição, alugando quartos às prostitutas, tratando-lhes das roupas, cuidando-lhes dos filhos, acoitando mancebias, facilitando adultérios, encobrindo ligações precoces. Desde que lhes pagassem, tudo lhes parecia permitido.»
(Editora: Multinova, Apresentação: Paulo Fontes, Comentário: Inês Fontinha, Apoio: Montepio Geral, Patrocínio: Câmaras Municipais de Barcelos e Póvoa do Varzim)
4 comentários:
O Padre Abel Varzim era um homem de fé e um homem de honra. Da honra verdadeira, que também tem os nomes de bondade digna, de decencia real, de real amor ao próximo.
Em suma, um homem de bem.
E agora, que se sabe que um punhado de gente da alta (e da baixa...)tentam que se abram de novo os lupanares (as casas de putas, para falarmos como eles falam, os sem respeito pelos outros em geral e pelas mulheres em particular), importa que ergamos a nossa voz contra os manejos dessa gente que a pretexto de "normalizarem" um comércio (!)utilizam falsas analogias, tentando criar ou estimular um tipo de mentalidade mercenária e putanheira.
A prostituição, sem preconceito ou moralismo o dizemos, não é um comércio legítimo, mas o sinal de que esta sociedade mercantil nada respeita.
Haja amor livre e mentes abertas e limpas e a prostituição, que é filha da miséria económica e moral, irá desaparecendo.
Mas é natural que políticos prostituídos queiram incentivar os lupanares. Alguém com humor maligno diria: porque são filhos de puta.
Não irei tão longe, mas que têm mentalidade rasca, isso é um facto.
Fecham as escolas e os hospitais, mas querem abrir bordéis. É o retrato apropriado deste governo de patifórios.
Foi acto cívico terem colocado este post.
Pois é, o grande problema da muita gente nossa sociedade é que, como os habitantes do Bairro Alto daquela época, desde que lhe paguem, tudo é permitido. Incluindo muitos membros da classe política.
Veja-se a grande baba lançada sobre hugo chávez
Não percebo... O que faz hugo chavez, esse palhaço sangrento disfarçado de amigo do povinho, aqui misturado com texto sobre putas e filhos da puta?
Vê-se que certa malta tão fanática como o soba venezuelano não perde uma única ocasião de falar no kamarada em estilo lambe botas propagandístico.
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