AINDA CESARINY
Devido ao falecimento de um familiar próximo e consequente afastamento de qualquer actividade profissional e literária durante uma semana, só hoje tive oportunidade de ler as reacções ao meu texto sobre a morte de Mário Cesariny. Não me surpreenderam, nem as positivas nem as negativas. De facto, em todos os momentos, há sempre gente séria que nos ilumina a existência revelando capacidade de entendimento. Quanto aos restantes, nem vale a pena gastar cera com ruins defuntos, tão conhecidas as suas atitudes sacanas.
Sei que na entrada anterior não escrevi palavras mansas. Nem poderia escrever. Se o fizesse, estaria a desrespeitar o testemunho deixado pelo poeta-pintor que, não tendo sido (como afirmei então) um santo foi sem dúvida um "príncipe da liberdade". Mas não terá sido essa falta de mansidão (assim digamos...) que incomodou alguns estômagos fracos. O que terá provocado a azia (consolo-me com isso) terá sido o foco lançado sobre a hipocrisia do nosso pífio meio artístico-literário e deste país que se guia por palavrinhas bem-comportadas, politicamente correctas, mantenedoras do status quo em todos os domínios da nossa sociedade.
Infelizmente, Portugal nunca suportaria a frontalidade das crónicas de um Pérez-Reverte, como suportou mal as intervenções cívicas de Cesariny, tentando (felizmente sem sucesso) expulsá-lo da praça-pública. Só por essa razão se explica o véu de ocultação lançado sobre o poeta. Ainda recentemente uma importante entrevista do autor de Pena Capital ao periódico El País foi praticamente escondida na nossa terra, sendo apenas aludida em tradução publicada no nº. 87 do Courrier Internacional, onde não se escondeu a denúncia das manobras que dominam as auto-intituladas "arte" e "literatura".Palavras como as seguintes provocam má digestão em certos corpos bem instalados...:
"O surrealismo não pode morrer nunca, porque tem várias idades, é transversal e subterrâneo. [...] Apesar de tudo, continuamos vivos. Talvez ignorados e nas catacumbas, mas vivos. Mas faz-nos falta um pouco mais de loucura. Os surrealistas estão a tornar-se demasiado racionalistas."
17 comentários:
Caro Ruy e tutti quanti: estranhara a sua ausencia do "debate", pois já me habituei à sua frontalidade. Ao saber o motivo, apresento-lhe as minhas condolencias.
Quero dizer apenas: 1.Ao sujeito que sugeriu que o zé da marizé era você travestido, apenas informo: é muito natural que um dia eu o encontre, nas voltas da vida. Aconselho-o a que nessa altura mude de passeio,pois a mim é-me odioso topar com gente da sua laia. 2. Não é preciso ser-se surrealista para nos enojarmos com toda esta bicharia que anda nas letras portuguesas. No entanto, consolemo-nos: cada vez conseguem enganar menos as pessoas e à medida que o tempo passe ainda será pior para eles.
Havemos de os enterrar a todos, tal como às ministras vigaristas.
E congratulo-me por este seu novo texto. É esclarecedor e oportuno.
Ó Zé da Marizé esqueceste-te de dar um beijinho nas fuças do teu "mentor".
Fiquei a tremer de medo, com as tuas ameaças.
É verdade, não tenhas problemas que também bato em gajos com óculos.
Não percebo se este camus é parvo ou o que é. Deve ter pouca tusa discursiva e por isso zurra desta boa maneira.
Anda cá à Amadora e vais ver como é, ó gordalhufo. O zé da marizé não usa óculos e eu também não, mas uso uma matraquinha para panelas como tu.
Se me quiseres encontrar basta vires ao Bar do Soeiro à noite e eu dou-te o arroz, minha tarte de maçã reineta.
Ficaste lixado com aquela de seres um poetastro, mas é verdade, gorducho do caraças.
Houve aí um cabrãozote que disse que o Eugénio era jacobino. Quando falares em Eugénio limpa a língua de trampa, meu sulista do carago. O Eugénio podia ser jacobino, que não era, mas tu és um emplastro como cem outros dessa tua lisboa emerdengada, topas?
Aparece cá pelo Piolho, digo-te eu agora, identifica-te e verás para onde te vai a tromba, ó camus camelo. Se calhar estás a ficar careca e por isso é que falas assim meu chavelhão. Se estás ao nível da caca, há cá muita caca para ti e o teu amigo da barba de bode, pensas que não te topámos já?
Há uma coisa a esclarecer sobre o texto anterior, que tem gerado equívocos. Quando nele me referi a "meninos", a ironia não se referia a qualquer tendência sexual (nada tenho a ver com isso, desde que esta não se constitua enquanto instrumento de tráfico de influências), mas a todos quantos(meninos ou meninas, hetero ou homossexuais) lixam a vida dos legítimos artistas e, depois da sua morte, vêm passar-se por "grandes amigos" ou "grandes devotos", quando no fundo não passam de "abutres" (como lhes chamava Wilde).
Não me digam que o Eugénio já entrou para a galeria dos "beatificados", e que todos se esqueceram que ele gostava de meninos.
O Mário nunca foi esquisito, mas não andava na primária á procura de meninos...
Já bastam as máquinas de lavar dos jornais e da televisão. Na blogosfera não são necessárias...
Mário,
não mereces
tanta frustração,
tanta violência,
tanta confusão,
tanta demência...
um abraço
Inteiramente de acordo com o "colhão do sul".
Têm vindo aqui indivíduos, fremindo de raiva contra o Rui Ventura, só porque ele não é um poetastro como eles e tem coragem de afirmar o que pensa.
E até têm o descaramento de usar o nickname de um escritor sério, como foi Camus, sem que a cara lhes core de vergonha. Falhados e medíocres que aproveitam estes espaços para vomitarem a sua peçonha.
Não são ofensivos, são ridículos.
Mas como às pessoas de qualidade nada se lhes cola à pele, é inútil escoicinharem.Embora repugnem até divertem, como os palhaços no circo.
Acho que certa gente que aqui dá comentários o que pretende é criar desordem com a intenção de estragar. Deve ser gente invejosa do Rui Ventura, mas que não se atreve a atacá-lo em público, se calhar gente que ele criticou e eles criaram-lhe raiva. Como nada sabem fazer, procedem desta maneira baixa.
Mas até é bom, essas coisas só elevam quem tem valor.
Continue, sempre.
O tipo que me imitou e deu razão a um tal colhão do sul não sou eu.
Nada tenho a ver com colhões, do sul ou do norte.
Isso não me interessa nada.
Deve ser o camus à procura de festas, talvez me engane mas não me parece.
Deve querer lançar norte contra sul, mas que grande parvoíce.
A alguns senhores gostaria apenas de perguntar:
- estão ou não de acordo com a existência de tráfico de influências no meio literário-artístico?
- a que lado pertencem? ao que beneficia ou ao que é prejudicado?
- estão ou não ao lado daqueles que, em vida, deitam abaixo os escritores e marginalizam-nos e, post-mortem, vêm acatitar a sua memória, porque são já inofensivos e até dão jeito em promoções carreirísticas?
- concordam ou não que há pessoas que escondem parte da obra de escritores importantes para assim esconderem a sua mediocridade ou os seus fracos?
Isto é que nos interessaria saber, se possível com identificações reconhecíveis.
Caro Ruy, tem toda a razão, o tráfico de influências é demasiado evidente, em quase tudo no nosso país, as artes e letras não são, nem nunca foram excepção (já dos tempos do Luís de Camões...)
Infelizmente nunca deixámos de ser um país de monopólios... e de monopolistas.
No meio literário há meia dúzia de fulanos que conseguem ditar as regras e escolher os "bons", segundo aspectos que não têm nada que ver com qualidade literária.
O Mário Cesariny conseguiu gozar com alguns. Claro que não lhe perdoaram, mas como ele não lhes passava cartão... acabaram por ter de "viver" com ele.
A critica literária então é das coisas mais vergonhosas, onde assistimos quase diariamente ao papel vicioso da "camarilha" de criticos-poetas, que trocam elogios das suas obras mediocres, nos jornais onde escrevem, esquecendo e fingindo ignorar os autores que andam de costas direitas... que os metem a um canto, mesmo sem terem direito a um espaço no jornal.
É a merda de país que temos!
Estava a ver que não via o "travesti" do Marizé a dançar nos arames.
Que satisfação!
Acho que o Rui Ventura tocou fortemente, sem talvez se dar conta, nas almas de esfregão desta cambada de pequenos candidatos a "chefes" que andam no sub mundo da Net.
Os reflexos condicionados desse reptéis fizeram-nos sair debaixo das pedras. Daí o escarcéu.
E ainda vão ter de engolir mais em seco, o tempo começa a estar mau para esta ratalhada.
Parabéns, Rui Ventura.
Ruy, para quê voltar a este assunto?
Quem semeia ventos...
Aqui houve de tudo, enxovalhos, intervenções paranóicas e palhaçada, por entre intervenções sérias e que punham o dedo na ferida: a sujeira de certa gente que sente os seus presuntivos privilégios tocados. Mesmo por um morto, mas o que os estomaga são os vivos, a poesia viva é que os assusta.
Agora, tentando dar conselho sensato, vem a maior insensatez: porque mexeste na ferida, quem semeia ventos... Ou seja, na próxima não faças ondas, sê "sensato" e não toques no que pode ser matéria de escândalo para os instalados.
De todas as intervenções paranóicas, esta foi a mais repugnante, dá o perfil de um sacrista, de um falso irmão, que com uma pseudo amenidade no fundo exprime a sua sordidez.
Já disse noutro comentário, mas digo de novo aqui, pois toda esta polémica maldosa revolta, vê-se à légua que os indivíduos que se atiram ao Ruy Ventura e a quem o apoia são invejosos da sua qualidade, talvez mesmo gente que o conhece ou que ele conhece, autenticos bufos, mas que não têm coragem de o enfrentar. Que gente mais desgraçada.
Continue, poeta, e não ligue a mordidelas de rafeiros mas esteja atento pois alguns devem andar perto de si, pela velhacaria que mostram.
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