A VERDADEIRA FACE
DE MARIA DE LURDES RODRIGUES
Os professores só poderão aceitar um modelo de avaliação cujo objectivo primeiro seja a formação, só uma avaliação formativa visando o aperfeiçoamento, científico, pedagógico e cultural dos professores fará destes, em cada dia, melhores professores e melhores pessoas, e consequentemente, só este modelo fará com que tenhamos uma melhor escola.
Este pressuposto fundamental, não só é completamente ignorado pelo actual modelo, como foi por MLR combatido: A primeira medida de MLR, em 2005,foi suspender a formação, dizendo, sem que ninguém a processasse por difamação, que a formação que os professores tinham feito até então era fantochada.
Em 2005, numa mesa redonda patrocinada pela RTP1, onde estavam entre outros,o antigo secretário geral da FENPROF, MLR caluniou, impunemente, faculdades, institutos politécnicos, centros de formação e o próprio ministério (entidades promotoras de formação) e ninguém nada disse.
MRL não quer que sejamos melhores professores e que tenhamos uma melhor escola. MRL quer formatar os professores a um modelo que faça deles funcionários modelados. O modelo de MRL, subjectivo e sinuoso, dar-lhe-aos elementos necessários para fundamentar as arbitrariedades que a cada momento, lhe convierem. A avaliação foi o instrumento legal que os patrões das empresas arranjaram para dispensar quem quiserem, quando quiserem. MRL cumpre o desígnio empresarial. Eis a Escola que quer para o Povo português: a escola-empresa, com organização empresa, com pensamento empresa, com aprendizagemempresa. O povo português quer uma Escola de solidariedade, de conhecimento, de cultura, de igualdade na diferença. A senhora ministra travestida de anjo salvador da educação, engana mas
não poderá enganar toda a gente por muito mais tempo.
Que fez MRL em 3 anos? Encerrou 3000 escolas; enclausurou milhares de crianças de tenra idade nos chamado Centros Educativos: Individualidade, identidade e afectividade tornam-se, ainda que com grande esforço dos professores, dimensões retóricas; fomentou o desemprego e a precariedade entre os jovens professores: Impede que gente jovem chegue às Escolas, aumentando a carga horário dos mais antigos que se vêem, ao fim de 30 anos de serviço, com horários de 25 horas lectivas, acrescendo dezenas de outras inerentes aos desvarios governativos, sem qualquer proveito para os alunos, nem professores. Os jovens professores são sub-contratados por empresas de "inglês a metro e música a quilo", encontrando-se muitos deles entregues à sua sorte, sem qualquer estrutura organizativa no âmbito laboral ou pedagógico. Fracturou a Carreira docente, fazendo surgir professores de primeira e de segunda. Pretendeu com esta medida, matar dois coelhos de um só golpe: fomentar entre os professores comportamentos desviantes da sua integridade e dimensão humanas. (Dividir para reinar, aprendeu com Maquiavel); arrecadar milhões, à custa do empobrecimento dos professores (afinal os milhões são necessários para alimentar os banqueiros).
Como é pois, possível que tenha a ousadia de dizer que o que fez e faz é para termos uma melhor escola? Ela diz, porém já ninguém acredita. MRL continua a apresentar-se travestida de anjo salvador da educação embora, penso, por pouco tempo, uma vez que estará à espera que o pó baixe, para apresentar a Sócrates a carta de demissão que já redigiu e que o seu defensor, penosamente cínico, aceitará. Sairá em volátil tapete vermelho, com "ministra" no currículo. Outro se seguirá que sob mando Sócrates, nada alterará, deixando tudo em lume brando, até ao momento de ter caminho livre, para novo ataque. E uma vez mais, seremos nós, o povo português, a pagara factura, desta feita, muita elevada.
Anabela Almeida, professora que o quer ser
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