CEMITÉRIO DE PIANOS

Tenho estado a ler o novo romance de José Luís Peixoto, Cemitério de Pianos. Tem parágrafos que são autênticos poemas... Toda a fluência narrativa é, aliás, fruto de uma escavação interior e prossegue numa "investigação" contínua do movimento pendular do Homem entre a vida e a morte, da sua dinâmica - e de actos anímicos entremeados de memória.
Chego à conclusão segura de que os pilares deste edifício romanesco são feitos de tensões emocionais (por vezes extremas) que sustentam tudo. E é da tensão das cordas do piano que nasce a música, dramática - por vezes fúnebre - ou produtora de júbilos que inundam a alma do leitor e a salvam por momentos.

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