AINDA A COLÓQUIO
Afinal, segundo noticiou o Público de ontem, a dispensa da Colóquio / Letras atingiu apenas a directora, Joana Varela. Isto é, segundo noticiou o diário lisboeta a partir de informações veiculadas pela direcção da Fundação Calouste Gulbenkian, a revista continuará a existir, e até com periodicidade trimestral, o que é óptimo.
Assim está bem! É justo. Espero apenas que os projectos referidos no texto anterior se concretizem. E, já agora, que o novo director ou a nova directora não seja apenas mais um agente dos interesses instalados do meio universitário e/ou das capelinhas que tudo dominam para que nada evolua.
3 comentários:
A boa notícia é que a Colóquio já não conta com Joana Varela. A má é que a mesma revista já não conta com a mesma directora.
Era sempre agradável ver o seu nome ali: isso radicava em nós a ideia, excelente para o nossso ego, de que se uma revista se mumifica isso é por uma razão de peso.
A notícia negativa é que a Colóquio continuará, decerto, a ser uma revista relativamente cara.
E para bolsos pouco fundos, como os meus, apesar de muito bem pago, pois sou professor e a contra-informação bem tem salientado que nós professores somos uns nababos, isso conta culturalmente.
Era uma caridade fortemente pedagógica baixarem o custo da revista. A eventual multidão agradeceria.
José Moura Deniz
Deixa-te de porrinhas de má língua, Deniz. Vai mas é ler, para te ilustrares, a notável crónica do Jorge, o Reis-Sá,na última Ler, a que traz na capa um genial pró-fantasma, o MEC.
A crónica do Jorge, que como é usual vale sempre a pena, traz como brinde ao lado, a bronzeado, uma profecia que é também um notável pedaço de prosa e que logo na primeira frase nos deixa encantados e espantados pela presciência: "Quando estiver a ler esta crónica, já Barack Obama perdeu as eleições para Presidente dos Estados Unidos da América. E ainda bem". E segue, com muita galhardia. Até acabar, mas não vamos aqui revelar o final, dizemos apenas que se refere às filhas do Derrotado mas de maneira que mostra a bondade, mesmo a caridade para com os pobres, do nosso estimado Jorge.
Estimado Jorge, e não brinco. Aliás creio que todos os leitores o estimam, embora nem todos, muitas vezes por rude maldade, lhe estimem a poesia.
Mas todos gostam, com certeza, da sua prosa.
E das suas profecias, é evidente!
Jorge Gaillard Nogueira, coimbrão emérito e melancólico
Tem razão o Nogueira, um dos malandrecos das noites boémias de Coimbra.
Mas pese às características negativas enquanto profeta, de Reis-Sá, e um pouco à sua poética, é um bom tipo e cujo contacto desperta simpatia. Conheci-o em Lisboa, num lançamento, e no intervalo trocámos umas impressões. Não vejo nele maldade, nem reaccionarismo, parece-me ser apenas um visionário. E um bocado ingénuo, o que conta a seu favor em vista da velhacaria experiente que vai no meio intelectual.
Rodrigo Robustinho
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