948 TEXTOS DEPOIS...
... 18 anos passados, José do Carmo Francisco foi saneado do jornal Sporting, agora dirigido por Miguel Salema Garção. Com esta saída, fecha as suas portas uma das mais antigas colunas de divulgação de livros da imprensa portuguesa. É pena! É pena que tal aconteça, no momento em que se lança um “Plano Nacional de Leitura” (que inventa uma roda já inventada há milénios), em que a crítica literária vem sendo substituída pelo chamado “jornalismo cultural”, frequentemente ignorante, bacoco e/ou traficante de influências.
Em conjunto com outros colegas, José do Carmo Francisco saiu do jornal que ajudou a tornar conhecido na cultura portuguesa. Foi despedido por “não se integrar no espírito da nova equipa”, por ser “demasiado velho” (as desculpas do costume).
É este o mundo (e o país) em que vivemos. A competência, mesmo reconhecida publicamente, vale pouco ou nada. São outros os contra-valores que nos dominam, nos desgastam e nos afundam.
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6 comentários:
Leio este post e fico estupefacto.
Exprimo, para já, toda a minha solidariedade ao JCF.
Faço questão em acrescentar que tive o gosto de há dias propôr a Floriano Martins, director da "Agulha" e orientador da paulista Colecção Ponte Velha, a publicação de uma antologia sobre a poesia de JCF. Tal alvitre foi aceite de imediato.
Portanto, no próximo ano sairá no Brasil - e terá difusão pela América Latina - um livro que fará realce, como merece, ao autor de "Universário". Sendo a Editorial Escrituras, já, uma das mais prestigiadas em terras de Santa Cruz.
Ou seja: JCF não irá para a segunda-divisão... Jamais!
Somos um país muito especial, onde as pessoas com mais de quarenta anos, quando dá jeito, a quem de direito, estão velhas. Infelizmente isto acontece em quase todas as profissões...
Hoje passa-se outra coisa engraçada, quem tem ideias próprias, pensa pela sua cabeça tem dificuldade em se manter na sua profissão, inclusive no jornalismo.
Os directores e editores da comunicação preferem ter nos seus orgãos jornalistas "carneiros", "seguidistas" e "bajuladores", a pessoas competentes, sérias e com ética, que não se prestam a fazer certos serviços e fretes, tão em voga nos dias que correm.
Para terminar, deixo um abraço de solidariedade ao Zé do Carmo Francisco, um grande divulgador da nossa literatura, em todos os jornais onde tem escrito.
O seu sportinguismo e o amor às letras mereciam outro tratamento.
Mas há mais vida para além da bola.
Um abraço amigo.
(José Ferreira Marques)
É chato, não se faz, é mais uma grande injustiça. Não bastava o Quaresma não ter ido ao Mundial por ser sportinguista de gema.
Não bastava a maldade do José Torres, em 1986, quando deixou o Manuel Fernandes de fora.
Desta vez é o próprio JCF a ser vítima de inaudito saneamento, corrido da gruta do leão que tanto ama e que tanto defendeu.
Algumas vozes cruéis aproveitarão para rosnar "É bem feito" ou "Quem se admira?".
Se o Zé Torres não sofresse de Alzheimer, poderia esboçar agora um sorriso.
Mas, ainda assim, não o faria porque é um bom gigante.
O JCF não será agora um leão moribundo, mas que a juba lhe caiu aos pés, lá isso...
Lembro-me de, há algum tempo, ter assistido aqui a uma pequena polémica que envolvia o nome do infeliz José Torres.
E penso que o Cagica (que conheço vagamente) teve toda a razão. E que o José do Carmo Francisco (que tenho o prazer de NÃO conhecer pessoalmente)teve um comportamento no mínimo infeliz.
Por isso, compreendo e subscrevo a dentada mordaz deste "lagarto"...
Cesariny sepultado, José do Carmo Francisco saneado.
Novembro está a ser cruel para os poetas...
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