GONÇALO M. TAVARES

água, cão, cavalo, cabeça lido.
Interessam-me pouco, como narrativas, as ficções caóticas que preenchem a primeira metade do livro. Demasiado enleadas, embora com trechos fulgurantes, não provocam estranheza, mas a visão de um entulho literário.
Mais cortantes me parecem os contarelos (o sufixo não é pejorativo, mas dimensional) da segunda parte: coerentes, retalham (autopsiam) o corpo individual e social de seres mutantes, em dissolução.
Até prova em contrário, de toda a poligrafia de Gonçalo M. Tavares continuo a preferir a sua heterodoxa poesia.

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