O cinismo como último recurso contra a arte


O universo da criação artística não é definido somente por seus períodos de vanguarda. Ali atuam também aspectos como confirmações, vencimentos e diluições. Este último aspecto resulta de maior perigo, porque em seu nome se concentram os falsos testemunhos, que em muitos casos não se restringem a simples questão de ingenuidade ou falta de talento. O grau de perversão instituído pelas relações comerciais no que respeita à produção artística trouxe uma conotação programática para este precioso aspecto: a diluição. Romances, filmes, telas, canções, poemas escondem, por trás de sua aparente fragilidade estética, todo um sistema de facilidades contratuais, difusão e consumo. Em meio a este bem sucedido empreendimento, baseado nas leis do mais austero imediatismo, já ninguém dá pela conta dos prejuízos culturais que tais ações possam acumular em sua trajetória.


Assim se inicia o editorial do mais recente número da Agulha. Mais uma vez, merece toda a nossa atenção. Entre os motivos de interesse, destaco um artigo sobre Fernando Echevarría, outro sobre Raul Proença e Florbela Espanca e as ilustrações de Mayte Bayon, apresentadas por Nicolau Saião.

1 comentário:

Anónimo disse...

Agulha buena, Agulha cachonda, en Iberia se cumple. En mi gusto se siente y la veo. Abrazos, tios!

Alvaro Iglesia