CUNHAS

Dispensam até a hipocrisia... Como António Mega Ferreira (ler Visão, de 02.08.2007), há muitos cidadãos que consideram aceitável as editoras não lerem os originais recebidos, recusando quiçá obras-primas, enquanto publicam livros de "influentes" ou de outros promovidos pelas alavancas da "influência", por mais indigentes que sejam. Mais vale porem à porta um letreiro dizendo: "Acesso reservado. São necessárias cunhas!"

3 comentários:

Luis Eme disse...

É um problema que não se reduz à literatura, mas sim a todas as áreas da cultura, desde a música às artes plásticas.

Em todas eles o gosto duvidoso prevalece perante a qualidade, quase sempre por compadrio...

O que mais me choca, é na cidade onde vivo (Almada) a CDU apoiar este mesmo compadrio (embora agora seja vermelhusco...), contra o qual tanto lutaram antes de Abril...

Acho que isto interessa à meia dúzia de pessoas que têm poder na cultura, que além de manterem nos seus "tronos", protegem sempre os seus "fiéis" e dedicados "amigos", que por sua vez pagam com a mesma moeda...

Esta é uma das explicações de sermos o país que somos...

Ruy Ventura disse...

Caro Luís
Conheço, infelizmente, muito bem a maneira de proceder da Câmara de Almada, concelho onde residi durante cinco anos. Mas as cunhas não têm fronteiras políticas, atravessam todos os sectores sociais. Enquanto não ultrapassarmos esta situação, nunca passaremos da cêpa torta.

Anónimo disse...

Rui, meu querido ingénuo, se as editoras pusessem esse cartaz eram sérias a valer. Assim são mais que sérias, são...seriíssimas.
Formidáveis,geradoras de boa literatura.(bocejo). Beijinhos.