José do Carmo Francisco


«Áreas populares» no CEBI
ou
Mandaram embora os velhotes…


O CEBI, Centro de Bem-estar infantil de Alverca, entrou na minha vida há muitos anos. Conheci José Álvaro Vidal através de Soledade Martinho Costa e por diversas vezes celebrei com ele a alegria de ver mais uma verba para o CEBI inscrita no PIDAC. Como moro relativamente perto da Assembleia da República ele arrumava o automóvel aqui perto. Era um sonhador mas conseguiu realizar muitos dos seus sonhos; quase todos. Ajudei a divulgar no Diário Popular as actividades do CEBI nomeadamente um livro com desenhos do António Pimentel e texto da Soledade. Seis histórias numa história de todas as cores era o título. Com o João de Melo, a Lídia Jorge, o Mário de Carvalho e o Baptista Bastos fiz a divulgação possível do projecto editorial porque o lucro dos livros era a favor do CEBI. Entretanto colaborei no jornal da casa, o Despertar.
Agora o CEBI tem uma revista a cores com 12 páginas. Tudo mudou: mandarem embora os velhotes como tem acontecido em outros jornais e revistas. Hoje recebi o exemplar de Junho onde li, atónito, que os alunos de piano interpretaram «áreas populares» e não árias. Li também uma legenda com um erro crasso: «Os alunos tiveram uma excelente participação nas audições em que participaram». Claro: participaram na participação. Passo por cima da confusão entre talentos e prodígios, a facilidade com que se usam palavras que, depois, não se confirmam no texto porque simplesmente não existem. Se fossem prodígios não estavam no CEBI. São alunos; ponto final. Na primeira linha do texto falam em final de ano mas não explicam que é lectivo. Enfim… O problema é que mandam embora os velhotes mas depois os computadores não fazem tudo…

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