Nicolau Saião
Até que a voz me doa
Em (pequenas) férias nestas doces plagas algarvias, leio - entre o risonho e o embatucado - num jornal de referência como os zoilos inteligentes costumam dizer, que o senhor primeiro-ministro nomeou o Dr. Soares para presidir à comissão da liberdade religiosa.
Com o ar sedutor e nervosamente tranquilo que sempre o caracterizou, este declara na cerimónia formal, e cito impressamente, que a sua condição de agnóstico é uma mais valia de truz.
E eu, que também sou agnóstico não praticante (assim como se pode ser, ao que me dizem, cristão não praticante…) como ainda se vive em democracia (não é?) deixo esta reflexão:
Mário Soares será agnóstico, e diz-se tolerante, mas a sua prática tem sido outra: foi ele que até há bem pouco tempo, em declarações conhecidas, revelou a maior “compreensão” para com os motivos dos crentes da Al-Qaeda, chegando ao absurdo insensato de dizer que devia conversar-se com eles para saber o que queriam...
Soares é um produto típico da mentalidade que levou Sócrates ao poder: ser aparentemente tolerante, mas ser na prática, isso sim, o "compreensor" de todos os que, através do pretexto confessional, procuram no fundo que estejamos e fiquemos submetidos, reféns, das cliques "religiosas". Como, desejavelmente, das cliques políticas.
O dizer-se ou ser agnóstico não é mais valia, pode ser mesmo uma falha. Basta não se ter sensatez. É a melhor maneira de, com essa aparente caução, servir de alibi aos fanáticos. Ou aos habilidosos como Sócrates.
Soares, que nas últimas eleições o povo repudiou, é agora um dos homens com quem o actual primeiro-ministro conta para encenar a sua diatribe autoritária com disfarce liberal.
Para ser o bom valete dum autoritário, que melhor do que se ser um pseudo-sensato de mansas bochechas de avôzinho? Isso é que é um eficaz “disfarce”!
Pensem um pouco, por favor.
Em (pequenas) férias nestas doces plagas algarvias, leio - entre o risonho e o embatucado - num jornal de referência como os zoilos inteligentes costumam dizer, que o senhor primeiro-ministro nomeou o Dr. Soares para presidir à comissão da liberdade religiosa.
Com o ar sedutor e nervosamente tranquilo que sempre o caracterizou, este declara na cerimónia formal, e cito impressamente, que a sua condição de agnóstico é uma mais valia de truz.
E eu, que também sou agnóstico não praticante (assim como se pode ser, ao que me dizem, cristão não praticante…) como ainda se vive em democracia (não é?) deixo esta reflexão:
Mário Soares será agnóstico, e diz-se tolerante, mas a sua prática tem sido outra: foi ele que até há bem pouco tempo, em declarações conhecidas, revelou a maior “compreensão” para com os motivos dos crentes da Al-Qaeda, chegando ao absurdo insensato de dizer que devia conversar-se com eles para saber o que queriam...
Soares é um produto típico da mentalidade que levou Sócrates ao poder: ser aparentemente tolerante, mas ser na prática, isso sim, o "compreensor" de todos os que, através do pretexto confessional, procuram no fundo que estejamos e fiquemos submetidos, reféns, das cliques "religiosas". Como, desejavelmente, das cliques políticas.
O dizer-se ou ser agnóstico não é mais valia, pode ser mesmo uma falha. Basta não se ter sensatez. É a melhor maneira de, com essa aparente caução, servir de alibi aos fanáticos. Ou aos habilidosos como Sócrates.
Soares, que nas últimas eleições o povo repudiou, é agora um dos homens com quem o actual primeiro-ministro conta para encenar a sua diatribe autoritária com disfarce liberal.
Para ser o bom valete dum autoritário, que melhor do que se ser um pseudo-sensato de mansas bochechas de avôzinho? Isso é que é um eficaz “disfarce”!
Pensem um pouco, por favor.
1 comentário:
Verifico que os ares do mar algarvio não lhe põem a caneta romba.
Tira bem o véu bem ao untuoso que Soares sempre foi e ao hipócrita em que a idade o tornou.
Beijinho.
Enviar um comentário