CRIAÇÃO POÉTICA
segundo Álvaro Ribeiro
“Poesia quer dizer criação. O homem recebeu a aptidão de criar com palavras aquele mundo (ou sobremundo) da cultura que o separa e distingue da animalidade. Sem a palavra significante não seria inteligível o culto, nem a cultura, nem a civilização.”
“O essencial da poesia não está na musicalidade que a metrificação, a versificação e a composição possam dar à sequência dos fonemas no discurso oral; não está ainda no carácter emocional de que o poeta reveste a expressão literária; está, sem dúvida, no efeito comunicativo dos tropos. A relação do sentido com o imaginado, dos sentidos com as imagens, projecta-se na movimentação verbal que confere à linguagem humana a sua virtude poética. Quanto mais essa movimentação se assemelhar à fluidez do sonho, no intento de transgredir ou transcender as condições normais do pensamento humano, mais livre está o poeta na sua criação.”
“Seguir e perseguir metodicamente as metáforas, – eis um preceito libertador que recebemos das doutrinas mais antigas. Muitos dos que o proclamam, e aconselham, não o cumprem imediatamente. Exemplo notável é o daqueles escritores que, desatentos às leis da vida, não conseguem descobrir a mediação lógica entre a cultura da fraternidade universal e o culto prestado a nosso Pai.
“Liberto por educação, o poeta elaborará depois o seu órgão próprio de intuição sobrenatural. Ele há-de meditar sobre a sequência dos heróis representativos do seu povo, aqueles que, por atingirem o ponto de tangência entre a humanidade e a divindade, «se vão da lei da morte libertando». Transformar a série histórica em série simbólica, mais verdadeira porque universal, é acto de imaginação que se propicia apenas aos poetas inspirados.”
“O essencial da poesia está, quanto a nós, no pensamento expresso pelos tropos, quer dizer, na possibilidade de ascensão ao plano espiritual. Em consequência dizemos que a poesia é análoga da profecia e da teologia. Convém, todavia, para bom entendimento desta doutrina, que ninguém confunda a profecia com qualquer forma de mântica ou de adivinhação.”
(in A Razão Animada, 1957)
12 comentários:
Gostaria que o senhor joão urbano comentasse agora estes textos. Mas deve ser demais para a sua cabecinha formatada.
João Urbano? Eu aposto que esse tipo tem um nome muito diferente. E mais conhecido. Mas como é muito modesto, vejam que até considera a poesia a coisa mais estapafúrdia e desclassificada que há, apesar de fazer poemas, apareceu com outro nome.
Não é, ó Urbano com erros de sintaxe e de ortografia? Ainda apanhas o Prémio Nobel se não te pões a pau, basta calhar-te no governo alguém que precise de lustro e estás na Suécia com a forcinha.
Pois é, o dito Urbano, que acaba de morder o anzol, é um tuberculoso, ou melhor, tem uma língua pestilenta e dá erros de ortografia e sintaxe e muitos, muitos outros. Erros terríveis que o condenam ao inferno. Mas dentro do espírito cristão e ecuménico que banha as criaturas que frequentam a caixa de comentários deste blog, um homem que erra tanto deveria ser perdoado e não atacado, ou mesmo crucificado. Jesus sempre preferiu os pestilentos aos saudáveis e aos que não erram. Quanto a Álvaro Ribeiro, foi um dos mais fracos discípulos de Leonardo Coimbra. A sua recuperação do aristotelismo é uma tonteria. Dos discípulos de Leonardo Coimbra só um teve um mínimo de relevância, refiro-me a José Marinho. Já agora, José Marinho e José Régio mantiveram uma longa relação que não acabou bem. Mas ambos falharam o futuro. Mesmo assim amo esses dois espíritos, até pelo seu arcaísmo. Já agora, existe um livro de Álvaro Ribeiro sobre José Régio. Aposto que poucos de vós algum dia o tenham sequer visto quanto mais lido. E era bom que não se levassem tão a sério. Detectei uma violência e um desejo de violência de todo desaconselhável a almas santas. Almas que julgam a poesia uma espécie de substituto do sagrado, o que resta de sagrado num mundo profanado.
Pergunto apenas ao senhor João Urbano. Que conhece de Álvaro Ribeiro para se permitir tais juízos?
Uma tonteria, a recuperação do aristotelismo por Álvaro Ribeiro? O senhor Urbano acha que Aristóteles precisa mesmo de ser recuperado? Logo o Aristóteles!? Aquele que estabeleceu a lógica que ainda hoje utilizamos, quase intocada? Essa é mesmo muito boa!
Dava vontade de rir, se não nos fizesse chorar...
Vir falar de tonterias a propósito de Álvaro Ribeiro é, entre outras coisas, não ser capaz de citar com rigor as vacuidades mentais de Manuel Maria Carrilho. Vir dizer que Marinho e Régio falharam o futuro é mostrar que não se parou para pensar. Primeiro, convém explicar por que se diz isso; depois, explicar de que tamanho é o futuro.
Calhou-me ler "A Literatura de José Régio", bem como "A Razão Animada", mas já não me recordo em qual desses livros o filósofo nos adverte de que o ateísmo era um caso de analfabetismo filosófico. Seja como for, ninguém deve ser educado à força.
Devemos ter comiseração para com este pobre Urbano. Isto digo eu, apesar de ateu. E se ele pensa que se safa com aquela do Jesus ligar mais aos doentes e pestilentos, apenas faz mais esta: difama o nome do Cristo. Porque se é facto o que diz o cânone, Cristo amava os pobres e os doentes e os que sofriam de peste. Mas peste mesmo, não da peste que existe dentro dos sujeitinhos como o sr. urbano mostra ser.
E é típico dos neuróticos atirarem as debilidades próprias sobre os outros, a conhecida projecção. Ele é que foi violento e acéfalo, com frases de belo recorte sacana - e vem dizer que detectou...
Mas passando além: urbano não tem autoridade nenhuma, nem intelectual nem de conhecimento, para falar assim de Leonardo Coimbra. E se quiser saber porquê tenha a coragem de aparecer com o seu verdadeiro nome e eu faço-lho saber.
Quanto ao resto, percebe-se que urbano tenta armar em vítima com aquela dos pestilentos. Eu, que tenho algum conhecimento e pour cause do que é a doença, digo-lhe já: conheço muito bem quanto sofre, por exemplo, um bêbado e um drogado, por isso é rasca vir falar em doenças e em inferiorizados para justificar não ter nada mais senão ódio à poesia.
Por ser um falhado?
Vou nessa.
Régio falhou o futuro onde? Como?
Se alguém falhou alguma coisa foi o Carrilho o lugar de presidente da Câmara alfacinha...
E, já agora, o Urbano a aprendizagem da sintaxe e da morfologia.
Você não é pestilento nem doente, senhor. Nada de megalomanias. É apenas um exemplar muito desagradável da raça lusitana.
Como poeta, um chato.
Ouve, "Urbano". Ouve! Quem pensas que enganas com esse pseudónimo? Pensas que somos primários? Como és um vate-charro e claramente não tens muita ilustração/preparação,(és um desse meros licenciados que andam por aí aos pontapés) não atinges que pela leitura da tua prosódia se entende quem és.
Digo-te: não é só seres um malcriadão a quem videirinhos do teu jaez dão algum destaque para se servirem de ti, do teu perfil de gato-vadio alfacinha. É que também és um disfuncional e um pateta vítima das circunstancias.
Podes tu perorar, em prosa e em verso, louvado e empenachado por gente sem talento e equívoca: vais ter para 6 anos de imortalidade.
Daqui a uns anos as tuas cházadas só despertarão zombaria e uma pergunta cruel: como é que este "Urbano" podia andar de cartola?
Que tu és de facto mais no género boné de palas, muito seboso.
Um poema para o urbanizado:
Poeminhas, só na tasca
à altura do sol cadente
diz o urbano enquanto masca
qualquer coisa repelente
Não é por ser realista
que o seu estro nos chateia
é por ser um bom "sacrista"
de graçola oportunista
e de chachada bem cheia
Um dia só fará rir
apesar de ter bons versos
ora aqui ora acolá
Mas o resto é de fugir:
tem os miolos imersos
por a razão deprimir
e a mentalidade ser má.
Não é que seja mau sujeito
(digo eu também urbanamente).
Mas no que escreve, aflito
da chateza segue o rito
e a ela presta seu pleito
de vate pequenazmente
Sabe que a vida se compõe
quer de merda quer de flores
- tudo faz parte da vida.
Mas do charro ama os odores
e não quer nada com cores:
nele o cinzento se impõe
senão fica de alma fodida!
Urbano é, como as ruas
sujas da sua cidade
De que gosta mesmo nuas
ou cheias de obras e gruas
e coisas sem qualidade.
Moderno como uma caixa
de aparelhagem ou garrafa
de sumo de supermercado,
se a poesia não o safa
mantém a atitude baixa
de finório enfatuado.
E vai urinar na paisagem
p'ra se vingar dos profanos,
de gente da nossa praça.
Funciona como a aragem
da poética sem graça
- que lhe vai dar pra 6 anos
...assim que termine a "viagem".
Manel Campónio
A vossa simpatia e dedicação obriga-me a voltar a este sítio e a reiterar algo que pelos vistos não consegue entrar em cabecinhas tão tenras e delicadas. Não faço parte e estou longe de andar sequer nas bordas do novo realismo ou dos ditos "neonaturalistas", pelo que o Manel Campónio falha completamente o alvo. A coisa é dirigida a outro, ou melhor, a certos fantasmas que lhe ensombram a alma. Volto a frisar que não me escondo, como a maioria de vós, atrás de pseudónimos humuristicos ou outros. Mas tenho a certeza que se lessem o que escrevo a vossa indignação ainda seria maior do que a de ser um miserável poeta"neonaturalista".
E aquela de me julgarem um nome conhecido provocou gargalhadas até na escasssa vegetação cá de casa.
Urbano, não te queremos mal. No fundo és um tipo simpático. E a pouco e pouco chegas às boas, sem violencia escusada.
É evidente que és...quem és, tu percebes...
Sabes, pá, é que aqui a malta tem a pecha de se ter especializado em análise de texto,em comunicação oral...Tás a ver? Portanto, deixa-te de tretas e cai em ti - até nos podes dar um abraço casto porque, no fundo, andamos todos ao mesmo: viver a vida e lutar contra os monstros da estupidez.
Só que tu fazes o teu percurso duma maneira um bocado...autoritária, percebes? Fazendo um ataque que visa a desertificação do pessoal que não vai por ti.
Mas até isso te desculpamos, porque até tens versos bons. Há é gente que quer aproveitar-se de ti, como fazem com todos. Depois, quando te tiverem tirado o tutano, largam-te a um canto.
E nessa altura sabes quem te dará alguma fraternidade? Nós, estes marotos que te cascaram. Os outros quererão lá saber de ti...Passarão se calhar a dar palmadinhas no ombro a, sei lá, uma romancista que escreve os folhudos enquanto anda de trapézio. Porque essa malta que usa os vates o que quer é circo.
Cuida-te e se quiseres vir tomar um copo com a malta, acredita que não aproveitaremos para te dar vinho da missa, mas material do melhor.
Urbano, já agora vê lá as gralhas. É que humorísticos escreve-se com o e tu por distracção grafaste com u. Ficou humuristicos, o que é chato pois pode deslustrar um dos nossos melhores versejadores.
Não leves a mal, o Tonho já te convidou a deixares azedumes e a vires tomar um copo com a malta,e não estou a reinar contigo, mesmo uma garrafa se necessário. Sabemos que és um bom copo e que não te encolhes, lá nisso és como o nosso colega Baudelaire, certo?
Vá, deixa as zangas matreiras e alinha na bela companhia, que a puta da vida são três dias e palavras leva-as o vento.Incluindo com rima. OK?
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