LEVI CONDINHO

Carrilhão

Rebusco os cantos mais apagados do meu corpo
e agora em todos eles toca um sino
de que puxas a corda
que vai da base da catedral às torres
movimentando uma enorme rede
de guitas invisíveis:
contigo este corpo é um carrilhão
de múltiplas escalas
sinos de bronze e outros metais de ouvir ao longe
tangendo convulsivos hinos subterrâneos de sangue
ou de suspiros cadenciados
no movimento rotativo e centrípeto
de amor.

3 comentários:

Anónimo disse...

Bravo, Levi!
Que excelente poema!
Abraço do ns e parabéns!

Ruy Ventura disse...

Escolhi este poema porque também gostei muito dele. É do melhor na poesia do Levi. A propósito, que a quiser conhecer melhor pode procurar o livro "Roteiro Cego" editado em Alcobaça pela Associação Rebate.

Anónimo disse...

Poema maravilhoso :)