Entre dois caminhos
A janela da casa iluminada não é a mesma que tens lá fora. Depois do nascimento divide-se a coragem com animais ferozes; e o grito criado por tudo e por tão pouco é como latido de cão, asfalto sob rodas em derrapagem: duro, mas por ali passa o sentido duplo, vontades e destinos em bicicleta, automóvel, caminhão, ônibus. Quem dirige o novo vai mesmo e leva a corrente no pescoço. Até onde chega a escadaria sem proveito para os loucos como eu, o grande castigado no entendimento alheio com o barulho de baixo.
Os sinos tangenciam o pânico das crianças e dos duendes, mas deixam muitos sons sem imagem. Olhem a viúva do narrador com seu prêmio esperado, sua pobreza controlada. Fogo de violino em cabelo ruivo, nunca pegou vento leste desse lado...
(Poema retirado do novo livro do autor, Caro Rimbaud, editado há pouco tempo pela Bernúncia Editora, de Florianópolis, Brasil. Este é o primeiro de três textos que publicaremos. Para conhecer melhor a obra de C. Ronald não deixe de visitar a sua página.)
3 comentários:
Viva Ruy
Reparei que tens por aqui uns "comentadores" assíduos e, sobretudo, dotados de uma ironia que muito me agrada.
Deixei um comentário no "post" sobre Samarago (ou será MaragaSo - enfim).
Um abraço
Miguel
P.s. Deixei-te um pequena "homenagem" no meu blog ;)
http://eccehomoeisohomem.blogspot.com/
Muito obrigado pela tua lembrança. Um abraço para ti e para a Vanda.
(em breve porei nos favoritos o teu blog)
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