A ESCALADA
DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
(mais uma vez...)

Não sou propriamente um admirador de Eduardo Prado Coelho. Defendo no entanto que devemos elogiar a clarividência onde quer que ela exista. Como neste texto, de que reproduzo as linhas iniciais:

"Há qualquer coisa que não está a funcionar bem no Ministério da Educação. Existe uma determinação em abstracto do que se deve fazer, mas uma compreensão muito escassa da realidade concreta. O que se passa com o ensino do Português e a aprendizagem dos textos literário é escandaloso. Onde deveria haver sensibilidade, finura e inteligência na compreensão da literatura, há apenas testes de resposta múltipla completamente absurdos. Assim não há literatura que resista. Há tempos, dei o exemplo da regulamentação por minutos e distâncias de determinadas provas. O ministério respondeu-me que se baseavam na mais actualizada bibliografia e que tinham tido reacções entusiásticas perante tão inovadoras medidas. Não me convenceram minimamente. Trata-se de dispositivos ridículos e hilariantes, que provocam o mais elementar bom senso.
O problema reside em considerar os professores como meros funcionários públicos e colocá-los na escola em sumária situação de bombeiros prontos para ocorrer à sineta de alarme. Mas a multiplicação de reuniões sobre tudo e mais alguma coisa não permite que o professor prossiga na sua formação científica. Quando poderá ler, quando poderá trabalhar, quando poderá actualizar-se? [...]"

Saído originalmente no Público, pode ser lido na íntegra no Talvez uma Península, de Teresa Lopes. Merece ser reflectido e divulgado, dado que veicula um olhar fundamentado sobre vários problemas que vão tornando a actividade docente quase num inferno.

2 comentários:

Teresa Lobato disse...

Obrigada por ajudares a divulgar o texto.

Anónimo disse...

os bôs espritos encontrão-se. O graçasmoura,o e.p.coelho, pruque não o salzagar?
já bimos tudo, já bimos tudo.