SANDRA COSTA

“O Sol gira e movem-se as sombras das coisas invisíveis”
Tonino Guerra,
O Mel, Assírio & Alvim, 2003

Sobre a ponte, observas

o ondular da água, o bater
do sol nas muralhas do rio (os limos
e as margens como um só silêncio ou
a solidão imaginada de uma forma qualquer),
o movimento inclinado dos esteios, o quebrar
das sombras

as flores nocturnas – desfeitas – das palavras esquecidas
os deuses tardios que interrompem as madrugadas

até que o vento ao longe se aquiete

(Poema incluído na antologia Os Rumos do Vento, organizada por Pedro Salvado e Alfredo Pérez Alencart, recentemente editada pela Câmara Municipal do Fundão.)

2 comentários:

Anónimo disse...

Conheço a antologia.
Interessante e com excelente aparencia gráfica, mas com excepção de um ou outro poema, de que este é exemplo, não é como se procura fazer crer melhor que a do ano passado. Talvez até lhe seja inferior.

Ruy Ventura disse...

Sinceramente concordo com o Luís: em relação à primeira antologia dedicada ao vento, esta está um pouco abaixo... embora tenha um aparato mais atraente.