JOSÉ DO CARMO FRANCISCO
Dissertação
sobre um nome
e um cravo na lapela
Gostaria de compartilhar convosco duas das mais surpreendentes prendas de aniversário que recebi este ano. O meu filho Filipe, jovem licenciado em História em vias de concluir um mestrado nessa área, resolveu procurar no Museu Britânico em Londres algo sobre o nome José Francisco. A resposta foi pronta: com esse nome morreu em 26 de Junho de 1917 um bombeiro de 29 anos no navio Serapis em resultado de um ataque vindo de um submarino inimigo. Ofereceu-me a foto do ecran e um texto a propósito que não resisto a transcrever:
Porque no tempo do mundo somos apenas chuva a cair sobre o Oceano. Se não podemos ser mais, apenas podemos ser outro. Outro destino, outro sentido que nos guia até ao momento último. Todas as vitórias desaparecem perante o escuro e o silêncio mas só pode sofrer quem as teve. Os outros viverão esse dia, apenas, como o dia em que deixaram de contar as horas dos dias. Aqueles que lutaram podem sonhar com a Memória dos seus dias e dos seus feitos no Coração dos seus.
A outra foto é a de um cravo vermelho no meu casaco e o texto reza assim:
Encontro sempre mais do que cravos. Porque essa totalidade incondicional tornou-se um exemplo. Presos num tempo sem sentido, encontramos luz não nas coisas mas nas pessoas. Buscando o bem, dando luz aos outros. Procurar o melhor que nos falta, suprir as faltas dos outros mas sempre mantendo o equilíbrio que uma postura correcta permite. Na força da flor que esconde a verdadeira cara da verdade, cai a luz de uma tarde de Abril. Tudo ilumina, tudo mostra, a verdadeira cor do cravo.
Fim de citação. Espero que tenham gostado desta crónica diferente.
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