KAFKA, KAVAFIS,
KANDINSKY E UMBERTO ECO
Observação e sonho. Não conheço toda a obra de Kafka, mas pela leitura dos diários vai avultando esta relação, estabelecida na escrita de um ser que tanto usa uma atenção minuciosa para captar quanto o envolve quanto deixa verter uma torrente onírica que chega a assombrar.
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Releitura dos poemas de Kavafis, agora em edição integral portuguesa. Têm pontos luminosos realmente admiráveis. Mas (pergunto-me) andaria nos píncaros se a sua poesia não correspondesse a um certo “ar do tempo”?
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Tarde demais? Nada se lê tarde demais. Eu só nestes dias me adentrei em Do Espiritual na Arte, de Kandinsky – com o proveito de ver confirmadas pelo passado algumas das minhas intuições. Pouparia trabalho se o tivesse lido há mais tempo? Talvez. Mas não teria agora o gosto da concordância, mas apenas o da submissão a uma opinião/descoberta alheia.
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Deveria ser lido por todos os escritores pagantes o capítulo 39 d’ O Pêndulo de Foucault (Umberto Eco). Abre os olhos (a quem, eventualmente, os tenha ainda fechados – o que não é o meu caso...). E de olhos abertos resistiriam melhor às artes do engano que por aí andam no mundo da edição. Por que ficou Pessoa em grande parte inédito? Porque conhecia bem o logro...
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