OUTRAS ELEIÇÕES


UM PRESIDENTE INDÍGENA – A comunicação social (nomeada e principalmente a europeia) tem andado eufórica com a eleição, na Bolívia, daquele a quem chamam “o primeiro presidente índio da América Latina”, Evo Morales. Tanto quanto me parece, essa euforia nunca existiria se não continuássemos a ser uma sociedade que tem na consciência o peso histórico do colonialismo, produtor de doenças como a miopia e a amnésia. Miopia quando não vemos (ou não queremos ver?) o que representa gente como Evo Morales (ou Hugo Chávez... ou Fidel Castro...). Amnésia quando não percebemos (ou não queremos perceber) o devir histórico que conduziu ao estado da América Latina (e da África), onde um novo racismo nasce, baseado na promoção de falsos indígenas – como revelou há poucos dias Mário Vargas Llosa no Diário de Notícias. Aceitamos assim, sem pestanejar, tiranos e tiranetes... só porque são “libertadores” ou “revolucionários” ou “anti-americanos”. Esquecemos que Chávez, Castro ou Morales são apenas o reverso das ditaduras militares que os antecederam. Só com estas miopia ou amnésia podemos aplaudir um chefe de estado que se orgulha de ter sido (continuará a sê-lo?) “presidente do sindicato dos produtores de coca”, isto é, daquela plantinha de que nasce uma droga chamada cocaína...

UM PROCESSO DEMOCRÁTICO – Ninguém duvida da democraticidade das eleições palestinianas. Como ninguém duvidava da democraticidade das eleições alemãs que conduziram à chancelaria um cidadão chamado Adolf Hitler. No ainda-não-país de Arafat, uma organização terrorista foi eleita para a chefia do governo com maioria absoluta. Oxalá (Alá queira...) que o resultado destas eleições democráticas não seja semelhante ao das eleições alemãs da década de 1930. Pode ser que aquele senhor baixinho iraniano desta vez ande mais distraído. Os objectivos declarados pelo Hamas e pela teocracia iraniana são os mesmos: limpar Israel do mapa. (É curioso: Hitler também queria limpar os judeu do mapa. Deve ser coincidência...)

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo. É preciso cuidado com estes senhores "indígenas" que não são mais que "engodos" para se caçarem os "patos" desprevenidos.