LI E CONCORDEI COM…


JEAN-LUC NANCY

“A maldade não odeia tanto esta ou aquela singularidade: odeia a singularidade como tal e a relação singular das singularidades. Odeia a liberdade, a igualdade e a fraternidade, odeia a partilha, odeia partilhar.
E este ódio é o da própria liberdade (é também, pois, o ódio das próprias igualdade e fraternidade; odeia-se a partilha e fica-se próximo da ruína). Não é um ódio de
si mesmo, como se a liberdade já estivesse aí e pudesse chegar a detestar-se, no entanto, é o ódio do ‘si mesmo’ singular, o que é a existência da liberdade e a liberdade da existência. O mal é o ódio da existência como tal. […] Mas neste sentido, o mal está no existente como a sua possibilidade mais própria de recusa da existência.

(in A Experiência da Liberdade, 1996, cit. por Fernando Savater no seu livro A Coragem de Escolher, 2003)

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