YUSTE, AINDA

Só agora percebi por que me tocam tanto estas terras de La Vera. Com as suas densas matas de carvalhos subindo até aos cimos da serra de Gredos, com as suas aldeias encaixadas na meia-encosta das montanhas (como se fossem a pontuação necessária que a natureza não dispensa) - representam para mim uma imagem dupla e larga da serra interior-exterior a que pertenço por nascimento e criação. Confronto-me aqui com uma identidade depurada, porque mais vasta e libertada.

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Conhecendo Cuacos de Yuste e uma nocturna Jarandilla de la Vera, desta vez não poderia afastar-me de Garganta la Olla, depois de me despedir do mosteiro jerónimo e dos seus altos carvalhos. Valeu a pena a provação iniciática dos buracos na estrada para poder contemplar a serra em todo o seu esplendor. Garganta é uma verdadeira jóia. Esta vila nada tem de magnificente, mas entra em nós como objecto discreto, sem polimento nem lapidação, que não nos deixa porque a ele passamos a pertencer.

(na imagem, a Serra de Gredos)

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