LI E CONCORDEI COM...

BEN DROR YEMINI

Nuno Guerreiro Josué transcreveu a 26 de Setembro na seu Rua da Judiaria um artigo em que todos deveríamos meditar. Foi publicado por Ben Dror Yemini no diário israelita Ma'ariv (22/9/2006) e reflecte sobre o conflito palestiniano e sobre as intervenções bélicas praticadas por israelitas e pelos vários países com religião maioritariamente muçulmana.
Para que essa leitura seja proveitosa é no entanto preciso que saibamos despir-nos de preconceitos de base, anti-semitas e pan-islamitas, que historicamente toldam a mentalidade de muitos europeus e de muitos ocidentais que não hesitam mesmo acusar os seus semelhantes de "estupidez pró-sionista" quando estes apenas tentam olhar os factos sem julgamentos prévios. Não se trata aqui de religião, mas de genocídio. Os factos falam por si.


"Há aqueles que defendem que os estados árabes e muçulmanos são imunes a críticas porque não são democráticos, mas Israel é merecedora de críticas porque tem pretensões democráticas. Argumentos destes revelam um Orientalismo paternalista no seu pior. A suposição encoberta é que os árabes e muçulmanos são as crianças atrasadas mentais do mundo. Eles podem fazê-lo. Isto não é só Orientalismo paternalista. É racismo.
Os árabes e muçulmanos não são crianças e não são atrasados mentais. Muitos árabes e muçulmanos reconhecem este fenómeno e escrevem sobre ele. Eles sabem que só o fim da auto-ilusão e o assumir de responsabilidades pode trazer a mudança. Eles sabem que enquanto o Ocidente os tratar como desiguais e irresponsáveis estará a perpetuar não só uma atitude racista, mas também a continuação das chacinas em massa.
O genocídio que Israel não está a cometer, aquele que é um libelo fraudulento, esconde o verdadeiro genocídio, o genocídio silenciado que árabes e muçulmanos estão a cometer contra si próprios. A fraude tem de acabar para que se possa olhar a realidade. Para o bem dos árabes e muçulmanos. Israel paga em imagem. Eles pagam em sangue. Se restar no mundo alguma moralidade, isto deveria ser do interesse de quem ainda tem dela alguma gota. A acontecer, seria uma pequena notícia para Israel, mas um imensa boa nova para os árabes e muçulmanos."

1 comentário:

Anónimo disse...

Eles, os pseudo-esquerdinos, sabem tudo isto. Ora se não sabem!...
Mas o que lhes interessa não é a verdade, não é a justiça, é a raiva de terem perdido, eles vêem as coisas como um jogo. O que eles querem é vingar a trepa que levaram a leste, é o seu mundo de cartão e preconceito ter-se esboroado.
Mentirosos antes, são mentirosos agora.
Mais nada.