ATÉ QUE ENFIM!

Através do blog "Da Literatura" acabei de saber que hoje mesmo foi atribuído a Mário Cesariny de Vasconcelos o Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores. Já era tempo! Não sei se o aceitará - mas ficará como marca de reconhecimento da altíssima da estatura da sua poesia, que tantos epígonos tem gerado e que, simultaneamente, tão maltratada tem sido.
Tem havido gente que gosta de recordar o Cesariny pintor, somente, como se ele não fosse sobretudo poeta, tanto nas cores quanto nas palavras. Pessoalmente fico satisfeito com esta distinção. Nada acrescentará à sua glória - mas tapará a boca de algumas pessoas que ainda resistem quando se trata de reconhecê-lo como um dos maiores poetas vivos de língua portuguesa.

3 comentários:

Anónimo disse...

Subscrevo inteiramente as palavras do Ruy.
E como detalhe que se esperaria de um malandro surrealista (pela pele de Deus ou do Diabo eheh sigo navegando nessas águas, posto que heterodoxas!) relembro cruelmente neste momento alguns que dantes o espingardeavam sempre que podiam (tenho cartas dele que só daqui a muitos anos, ou seja só quando ele fôr para o empíreo, darei a lume e não será iguaria para tal gente...caçada)e que se calhar estarão agora a cumprimentá-lo...para a fotografia, como lhes é habitual (mas cala-te, boca malvada!).

Ruy Ventura disse...

De oportunistas está este mundo cheio, sobretudo a literatura, onde essa gente se inclui na categoria de "para-escritores". São como a cevada "Brasa" dos meus tempos de infância: parece que é mas não é...
O Mário merece este reconhecimento e mereceria muitos outros que têm sido atribuídos a sevandijas sem qualidade. Acredito, no entanto, que neste momento estarão a dar-lhe os parabéns - hipocritamente, pois, se ele estivesse na mó de baixo, como muitas vezes esteve, dar-lhe-ia prontamente um bom biqueiro no rabo, para que fosse derrubado mais depressa.

Anónimo disse...

Será que esses "sevandijas sem qualidade" são os cogumelos do Manuel António Pina? (sei que não)

Ainda bem que a "classe" reconheceu o mérito de Mário Cesariny, se bem que o prazer que ele tem porporcionado ofusca qualquer galardão.