"Não há
arte moderna, não há
arte antiga, existem unicamente leis eternas reencarnadas, tal como as gerações de uma mesma família perpetuam e distinguem tipos hereditários. Fala-se então do mesmo sangue. Também a arte faz correr um só sangue, nestes rostos diferentes, aos quais dá cor e vida."
René Huyghe -
Os Poderes da Imagem (1965)
1 comentário:
Como não, como não… Picasso dixit et fecit, Matisse aussi e muitos outros e “Demoiselles d’Avignon” versus escultura ibérica, máscaras africanas por outro lado (que é o mesmo) e tal e tal, olhem o Manet “à la” Velazquez e o Picasso igual que él, quem disse que Van Gogh não foi japonês e que Chirico não esteve na antiga Roma e que Brancusi não visitou a os Almendres dez mil anos antes de ter nascido e que os romanos não eram gregos e que os cretenses não eram egípcios e que os olhos do Almada não eram os de Ramsés?
É claro, é claro, que é quase tudo a mesma coisa. Os cromossomas são os mesmos, pessoal, os pêlos dos pincéis é que variam entre o da marta e o de outros bicharocos e o cinzel também se tornou um pouco mais duro (fruto de melhor fundição), a disposição do meio-dia não é a da meia-noite, mas arte é sempre arte e há um continuum que só se percebe quando se tem o olhinho bem aberto, que o homem que riscou pedra em Côa não é muito diferente do que estuda nas Belas Artes do Porto, só há mais uns livritos pelo meio, o fio condutor está lá e ponto final que já perorei demais.
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